Após reinar por 70 anos no trono inglês, a mais idosa monarca britânica da história morreu nesta quinta-feira (8), aos 96 anos, no castelo de Balmoral, na Escócia. O anúncio foi feito pelos canais oficiais da família real.
A Rainha Elizabeth II atravessou crises e guerras e virou ícone pop, veja um breve resumo da vida da rainha.
Vida da rainha
A rainha nasceu Elizabeth Alexandra Mary Windsor, em Mayfair, Londres, em 21 de abril de 1926.
Poucos poderiam ter previsto que ela se tornaria a monarca, mas, em dezembro de 1936, seu tio, Edward 3º, abdicou do trono para se casar com a americana duas vezes divorciada Wallis Simpson.
O pai de Elizabeth se tornou o rei George 6º e, aos 10 anos, Lilibet, como era conhecida na família, se tornou herdeira do trono.
Três anos depois, a Grã-Bretanha estava em guerra com a Alemanha nazista. Elizabeth e sua irmã mais nova, a princesa Margaret, passou muito do período da guerra no Castelo de Windsor após seus pais recusarem sugestões de que fossem levados para o Canadá.
Depois de fazer 18 anos, Elizabeth passou cinco meses no Serviço Territorial Auxiliar e aprendeu conhecimentos básicos de mecânica de carros e de direção. "Eu comecei a entender o espírito de equipe que floresce em meio à adversidade", ela relembrou mais tarde.
Durante a guerra, ela trocou cartas com seu primo de terceiro grau, Philip, o príncipe da Grécia, que servia na Marinha Real. O romance desabrochou e o par se casou na Abadia de Westminster em 20 de novembro de 1947, com o príncipe recebendo o título de Duque de Edimburgo.
Mais tarde, ela o descreveria como "minha força e minha guarida" através de 74 anos de casamento, antes de sua morte em 2021, aos 99 anos.
Seu primeiro filho, Charles, nasceu em 1948, seguido pela princesa Anne, em 1950, pelo príncipe Andrew, em 1960, e o príncipe Edward, em 1964. Nesse meio-tempo, eles deram aos seus pais oito netos e 12 bisnetos.
A princesa Elizabeth estava no Quênia em 1952, representando o rei enfermo, quando Philip deu a notícia de que seu pai tinha morrido. Ela imediatamente voltou a Londres como a nova rainha.
"Foi tudo um repentino modo de assumir e fazer o melhor papel que você pode", ela relembrou mais tarde.
Elizabeth foi coroada na Abadia de Westminster em 2 de junho de 1953, aos 27 anos, em frente a uma audiência na época recorde de TV estimada em mais de 20 milhões de pessoas.
Décadas subsequentes veriam grandes mudanças, com o fim do Império britânico ultramar e os agitados anos 1960 varrendo normas sociais no país.
Elizabeth reformou a monarquia para uma era menos formal, entrando em contato com o público em passeios, visitas reais e com presença em eventos públicos. Seu compromisso com a Commonwealth foi uma constante - ela visitou cada país da Comunidade Britânica pelo menos uma vez.
Mas houve períodos de dor privada e pública. Em 1992, o "annus horribilis" da rainha, um incêndio devastou o Castelo de Windsor - uma residência privada assim como o palácio de uso - e três dos casamentos de seus filhos terminaram.
Após a morte de Diana, a princesa de Gales, em um acidente de carro em Paris em 1997, a rainha atraiu críticas por parecer relutante a dar uma resposta pública.
Havia questionamentos sobre a relevância da monarquia na sociedade moderna.
"Nenhuma instituição… deve esperar ficar livre do escrutínio daqueles que dão sua lealdade e apoio, sem mencionar aquele que não dão", ela reconheceu.
Como uma princesa de 21 anos, Elizabeth prometeu devotar sua vida à sua função.
Ao refletir sobre aquelas palavras décadas depois, durante o seu Jubileu de Prata em 1977, ela declarou: "Apesar de o meu juramento ter sido feito nos meus dias de juventude, quando meu julgamento não estava maduro, eu não me arrependo nem retiro nenhuma palavra".
O mesmo compromisso à sua função foi feito 45 anos depois em uma carta de agradecimento à nação no fim de semana do Jubileu de Platina em junho.

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